No início de 2013, ocorreu uma redução de 20% no custo das tarifas de energia elétrica, incentivando o crescimento do consumo.
Durante o período úmido (meses de dezembro a abril) de 2013/2014 e 2014/2015, a recuperação do nível dos reservatórios das hidroelétricas não foi suficiente, devido a baixa incidência de chuvas. Isto ocasionou a elevação do PLD (preço do mercado spot de energia elétrica), para o valor teto, acima de R$800,00/MWh, contra valores históricos de R$30,00 a R$130,00/MWh.
As distribuidoras e alguns consumidores livres, apanhados de surpresa, sem lastro de contrato de longo prazo, foram obrigados a comprar no mercado spot e assumir custos que causaram elevado déficit financeiro no sistema elétrico nacional.
O governo aportou R$6 bi do CDE e, através de R$17,1 bi de empréstimos bancários via CCEE às distribuidoras de energia elétrica, distribuiu o impacto por 4 anos, de 2015 a 2020.
Ficou um grande “rombo no Cartão de Credito” do sistema a ser pago pelos consumidores a partir de 2015, porque foi eliminada o aporte do CDE pelo governo a partir de 2015, devido a baixa do seu caixa.
Aí vieram as aplicações das novas correções das tarifas:
a) Bandeiras Tarifárias- a partir de janeiro/2015
- verde- sem aumento
- amarelo- R$15,00/MWh e depois R$25,00/MWh
- vermelha- R$30,00/MWh e depois R$55,00/MWh
b) RTE - Reajuste Tarifário Extraordinário – a partir 27/02/2015
em média 30% , para cobrir:
- aumento energia Itaipu (46%);
- perda aporte CDE aprox. R$20 bi;
- empréstimos bancáriosR$17,1 + 3,1 bi;
c) Revisões tarifárias anuais distribuidoras (mês contrato)
- Variação de 10 a 15% .
As tarifas de energia elétrica das várias distribuidoras aumentarão de 30 a 50%, dependendo das características de cada uma delas.
Os aumentos das tarifas e encargos de energia impactam fortemente os consumidores cativos (ACR)e, também, os consumidores livres (ACL), das grandes e médias empresas, (indústria, comércio e serviços), obrigadas a reverem as tabelas de custo de seus produtos em um período de queda de vendas pela recessão da economia brasileira.
Além disso, existe uma forte tendência de aplicação de um RACIONAMENTO de energia elétrica, nos moldes de 2001/2002, o que aumentará, ainda mais, a recessão econômica.
Como os empresários podem reagir?
Os agentes do sistema elétrico debatem alternativas e a imprensa vem divulgando o assunto intensamente.
OMME (Ministério das Minas e Energia) e a ANEEL, após discussões e audiências, tem emitido novas Resoluções e Portarias visando mitigar os impactos e, principalmente, impedir o RACIONAMENTO de energia elétrica, através da redução do uso da energia distribuída pela rede (GRID) e pela introdução da GERAÇÂO DISTRIBUÌDA.
Estas alternativas são de aplicação imediata e podem significar economias de 20% a 40% no custo do insumo energia elétrica de cada empresa.
As soluções são complexas, como tudo no sistema elétrico, e as empresas precisam avaliar com cautela e apoio de experts no assunto, aquelas que melhor se ajustam às suas necessidades.
As medidas devem ser aplicadas com urgência, porque trarão efeito rápido e por um longo tempo ajudarão a amenizar os efeitos das dificuldades atuais, que não são poucas e pequenas na economia brasileira.
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