terça-feira, 26 de maio de 2015

As tarifas de energia elétrica estão elevadas e vão continuar aumentando. E daí ...

O setor elétrico brasileiro está passando, novamente, por uma fase de transição  e adequação as novas fontes de geração de energia e aos novos custos envolvidos.

A nossa dependência histórica da geração hídrica, superior a 70% dos anos 80, os custos e riscos que ocasionaram elevados custos nos últimos anos, devido aos problemas  de falta de planejamento ainda  vão continuar cobrando  mais caro dos consumidores brasileiros.

Senão veja no gráfico I :
 
Gráfico I
A correção das tarifas acima de 50% em 2015 e nos próximos anos, com índices, provavelmente decrescentes, mas ainda acima de 2 dígitos, aprox.:  25%, 20%, 18%, 16%  15%, respectivamente em 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020, serão apenas consequências do pagamento do “ Cartão de Crédito”  dos gastos já incorridos nos anos de 2013, 2014 e 2015  pelo sistema elétrico, para superar a grave crise de falta de chuvas no período.

No gráfico II, observa-se:
 
Gráfico II
Como aconteceu no passado recente, até o ano 2000, a existência de chuvas que proporcionavam Energia Natural Afluente (ENA) acima da Médiade Longo Prazo conhecida (MLT) , permitiam a recuperação dos grandes reservatórios  (de 5 anos de estocagem de água-energia)  existentes nos projetos até 1990, que  atingiam até 80% no final do período chuvoso (úmido nov-abr) e depois reduziam para 50% no período seco  (abr-nov).
 
Atualmente, com projetos de reservatórios pequenos, com estoque de água/energia de apenas 1 a 2 anos, devido a vários motivos:

- proteção do meio ambiente;
- redução pressão das ONG protetoras dos indígenas e outros ocupantes de terras;
- pressão dos invasores de terras e etc;
- custos elevados das desapropriações e etc.

A redução do ENA, devido a falta de chuvas regulares (efeito estufa – mudança do clima) fizeram com que os reservatórios  do Sudeste e Centro Oeste (principais do sistema) atingissem, apenas 33% e a tendência  é que cheguem a aproximadamente 10% em nov/2015, no fim do período seco.
 
Como vamos garantir a geração de energia hidroelétrica, se a “boca dos tubos” de captação das turbinas fica acima de 10%, nível mínimo do reservatório aproveitável?
 
Será preciso decretar novo RACIONAMENTO de energia elétrica  como em 2001?
Qual será o novo custo adicional da energia elétrica para suportar a nova crise?
Qual será o efeito sobre a economia, já em recessão confirmada de 2% em 2015?
E qual será o nível de desemprego? Será que vai de 6% para 12%?
 
Tudo isto é especulação, mas interfere significativamente com a economia e a situação dos empresários brasileiros. Infelizmente, informo que: ainda existem R$ 63 bilhões de “esqueletos escondidos” que serão ressuscitados e pagos a partir de 2016, conforme revisão do gráfico I observados no gráfico III, a seguir.
 
Gráfico III
São eles:
- Bandeiras tarifárias – com tarifas insuficientes;
- GSF – conta de garantia das geradoras e acerto de venda de contratos não gerados;
- Indenização das novas concessões das geradoras pela Resolução 579/2012;
- ESS – Encargos Serviços dos Sistemas que continuam elevados e ficaram assim até o final de 2016, devido a continuação da operação das geradoras térmicas.
 
Novamente, sugiro aos empresários brasileiros das pequenas e médias empresas (industriais, comerciais e de serviços ) que busquem apoio de “experts” em energia, para orientá-los e que preparem em conjunto e urgentemente, projetos de redução de custos e eficiência energética para  que seus negócios não se tornem inviáveis  economicamente  ou que passem a viver apenas de resultados positivos do passado.

Existem alternativas de projetos que proporcionam economias entre 20 e 80% dos custos atuais de suas contas de energia elétrica,  que eles podem  ajudar a implantar. Os resultados serão imediatos e de longo prazo, com referências sólidas e economicamente positivas.

Os “experts” estão sempre a sua disposição.